A mulher negra brasileira e a invisibilidade do trabalho doméstico escravo
DOI:
https://doi.org/10.61541/ze0qpf66Parole chiave:
Trabalho doméstico, Gênero, Racialidade, Democracia Racial, EscravidãoAbstract
É perceptível que diante da pirâmide social brasileira as mulheres negras são o grupo que mais sofre os impactos sociais ocasionados por uma estrutura de poder que é patriarcal, elitista, machista, misógina, racista e que atua na perspectiva de manter em curso as desigualdades sociais, de gênero e, principalmente, racial. O presente estudo tem por objetivo desenvolver o debate que envolve as especificidades peculiares de mulheres trabalhadoras domésticas em situação de escravização, por meio de uma pesquisa exploratória de caráter bibliográfico, focalizadas nas produções de Lélia Gonzalez, Juliana Teixeira e Beatriz Nascimento. Evoca-se aspectos históricos da escravidão no Brasil para ilustrar a situação da população negra e, especialmente, da mulher negra, enquanto aborda, também, a atualização destes mecanismos, trazendo casos recentes de trabalhadoras domésticas que traduzem como o mito da democracia racial, com as raízes históricas fincadas em diversas expressões de servidão, escravidão e colonialismo, está intimamente ligado ao trabalho doméstico escravo no Brasil.
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